Já falamos anteriormente sobre o que é o fluxo digital. Tratamos também das etapas necessárias para que ele aconteça, e no último artigo, falamos sobre a primeira etapa deste processo que é o escaneamento intraoral e os demais exames de imagem como tomografia computadorizada e escaneamento facial.
Hoje vamos falar sobre a segunda etapa desse processo, que é o planejamento virtual.
O planejamento virtual vai unir todos os dados de imagem recolhidos do paciente, possibilitando que tenhamos uma “cópia” exata da região a ser estudada do paciente em um ambiente virtual.
Dessa forma, simulamos o tratamento do paciente virtualmente e criamos dispositivos que irão guiar o dentista na hora do procedimento, aumentando a previsibilidade do mesmo.
Quando falamos de planejamento virtual, estamos na fase do CAD, do termo CAD-CAM, em que CAD significa computer-aided design, ou em português, desenho assistido por computador.
Como é feito o planejamento virtual?
Depois de captadas as imagens digitais do paciente, abrimos e unimos essas imagens em um software. Podemos unir a tomografia computadorizada com o escaneamento intraoral e o escaneamento facial, reproduzindo exatamente as características do paciente em 3 dimensões.
Assim, podemos ver sua estrutura óssea, dentária, tecido gengival e facial.
Cada um destes exames gera um tipo de arquivo diferente , com extensões de arquivo também distintos. Exemplo: dicom ou .dcm para tomografia, .stl para escaneamentos intraorais e .obj para escaneamentos faciais.
O software de escolha tem que aceitar todos esses tipos de extensão para que se possa unir essas imagens. Temo hoje disponíveis diversos tipos de software pagos ou gratuitos para realizar planejamentos de todos os tipos.
Quais os tipos de planejamento virtual mais comuns?
- Planejamento de restaurações protéticas de todos os tipos: lentes de contato, onlays, inlays, ponte fixa, prótese sobre implante, etc.
- Planejamento de guias cirúrgicos: para cirurgia de implantes, cirurgia periodontal para aumento clínico , ortognáticas, cirurgias para prótese de ATM.
- Planejamento de guias endodônticos: para acesso à câmara pulpar, acesso em casos em que há calcificação no conduto e cirurgia paraendodôntica.
- Placas miorrelaxantes e protetores bucais ;
- Alinhadores ortodônticos
Estes são os principais tipos de planejamento virtuais que temos no mercado, comentamos sobre os mais utilizados. Mas as possibilidades são inúmeras, visto que essa tecnologia é recente, a todo momento profissionais desenvolvem novas técnicas de trabalho junto das possibilidades que a odontologia digital oferece.
Imagem representando o planejamento virtual para cirurgia ortognática, onde pode-se avaliar imediatamente com a movimentação óssea como ficará a estética facial do paciente.
Quais os benefícios do planejamento virtual?
Com o planejamento virtual, através das imagens tridimensionais do paciente, temos mais informações de estruturas anatômicas, formas e alterações de qualquer tipo que esse paciente possa ter.
Assim, o planejamento é feito de forma que podemos prever problemas antes que eles sequer ocorram, simulamos previamente cada movimento antes do procedimento ser realizado, o que vai encurtar o tempo cirúrgico e diminuir os riscos de procedimentos, levando ao paciente e dentista mais conforto na hora do atendimento.
Além do que, o paciente pode entender melhor o seu tratamento, vendo quais serão as etapas de trabalho e até a previsão final de seu tratamento.
O paciente informado tem mais confiança e se sente mais seguro a realizar o tratamento.
Dra. Luize Lança
Radiologista, ecoresponsável e parceira da Radiomemory.
Fonte de imagens:
Imagem 1 – TC + SCAN
https://oneclinicmarbella.com/en/dental-clinic-marbella/technology/
Imagem 2 – Planejamento virtual para ortognática https://www.dolphinimaging.com/product/ThreeD?Subcategory_OS_Safe_Name=3D_Surgery&Feature_OS_Safe_Name=Treat_Comprehensive_Surgical_PlanningImagem 3 – Paciente feliz:
https://www.dmdtoday.com/news/the-7-things-patients-want-in-a-dentist/p-8
